Street Triple R: uma naked média competitiva

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A marca de Hinckley acertou em cheio com o design da Street Triple, fazendo com que a naked de 675 cm³ concilie esportividade e polivalência a uma excelente dirigibilidade. Esta máquina foi desenvolvida, por um lado, para os que se iniciam nas “motos grandes” e, por outro, para os que buscam um modelo de caráter marcante.

Tanto o chassi quanto o motor tricilíndrico tomam como base aqueles usados na Daytona e são os responsáveis pelo desempenho e comportamento acima da média dessa categoria. Ao mesmo tempo em que a Street Triple foi lançada, em julho de 2007, os ingleses já trabalhavam em uma versão especial, a R. A Street básica tem suspensões e freios que seguem o padrão de sua categoria, além de possibilitar sua venda a um preço competitivo.

O valor é resultado da grande disputa que existe nesse segmento para ver quem tem a supremacia de vendas. Mesmo “simples”, a parte ciclística merece destaque pelo bom nível, sendo uma das mais completas de sua classe. Importante dizer que em uma condução esportiva, as bengalas dianteiras poderiam ser um pouco mais firmes. Para criar a versão R, a marca inglesa não poupou investimentos e seus engenheiros trabalharam duro.

Com um novo guidão de alumínio, além de suspensões e freios recebidos diretamente da Daytona 675, a Street está revigorada. Diversificando a sua gama, a nova Triumph vai impulsionar as suas vendas. Mesmo assim, o sucesso estava garantido, já que a Street Triple foi a moto da marca inglesa mais vendida este ano.

Para a apresentação da nova R, foi escolhido um lugar mais que especial: a Ilha de Man. O local é o cenário da corrida de estrada mais dura do mundo, a Tourist Trophy, há 101 anos. Rever lugares míticos e usufruir dos 60 km do traçado do circuito é um prazer. Em nosso primeiro contato com a motocicleta, devido à chuva, não notamos muitas mudanças em relação à máquina original.

A ergonomia também se mantém praticamente inalterada, mesmo com o guidão de alumínio. Uma mudança que quase não se nota é no assento, 5 mm mais alto. Assim, ficamos bem integrados à moto, os pés alcançam o solo e as pedaleiras estão na altura certa, ou seja, não raspam no solo. O quadro de instrumentos fica em uma posição um pouco baixa, mas é fácil de visualizar e bem completo.

O computador de bordo indica a velocidade máxima alcançada, velocidade média, consumo instantâneo e total e o alerta de sobregiro, que é feito por meio de uma luz azul. Depois que a chuva parou e a pista secou, começamos a apreciar as famosas curvas da Ilha de Man de forma mais arrojada, momento em que a motocicleta demonstrou estabilidade e, principalmente, agilidade.

Notou-se que as mudanças surtiram efeito e a direção está mais precisa. O grande destaque fica por conta do desempenho dos freios. Graças à bomba e às pinças, o tato e a potência do conjunto de frenagem — proveniente da Daytona — melhoraram consideravelmente. Agora, os freios estão ao mesmo tempo mais firmes e bem dosáveis, como comprovamos na volta pelo circuito.

Apesar de rodar em condições de pouca aderência, o manete de freio é sempre um “amigo” confiável. As novas suspensões — a exemplo dos freios — também passam bastante segurança, devido ao seu conjunto de molas e hidráulicos que a deixam no meio do caminho entre a Street “básica” e a Daytona. Se por um lado ganhou em firmeza, tornando a moto muito mais eficaz em condições esportivas, não perdeu nenhum pouco em comodidade. Na verdade, essa era a intenção da equipe de desenvolvimento.

Algo que pudemos comprovar nas longas retas do circuito, inclusive em locais com asfalto ondulado. A leveza joga a seu favor, a nova versão mantém o mesmo peso da original — 167 kg declarados — e em trechos sinuosos locomove-se com uma rapidez assustadora. Além disso, as suspensões transmitem com perfeição para as mãos dos pilotos o feeling dos pneus, graças à maior qualidade dos componentes e as multirregulagens que são simples de operar.

Em todo caso, os usuários têm a opção de três regulagens na suspensão: macia, média e dura, podendo escolher de acordo com o tipo de condução do piloto. O motor tricilíndrico não recebeu mudanças e, na verdade, não necessitava. Devido a uma curva de torque constante de boas cifras, a Street é um prodígio da aceleração.

Em 1ª marcha, a aceleração é brusca e levanta a frente como se fosse uma máquina de maior cilindrada. Além disso, chega com rapidez — sem titubear — ao corte de ignição, a quase 13 000 rpm. Um motor excitante, freios potentes e suspensões de primeira, tudo isso pode ser encontrado na Street Triple R.

Fonte: Motociclismo Online


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